sexta-feira, 27 de julho de 2018

Agora que sou mãe, perdi meu nome??

Há muito tempo venho tentando voltar a escrever meus pensamentos aqui, há anos não falo com alguns queridos que conheci neste meio..

Há 5 anos me tornei mãe e a sensação de completude por ter ele em minha vida me faz feliz..mas não tão feliz..não sei dizer.

Agradeço a Deus todos os dias pelo marido e filho, pela casa..mas me sinto pra trás, me sinto atrasada..por mais que eu corra,mais atrasada eu me sinto.
Me sinto triste em muitos momentos, tento me entorpecer vendo minhas séries,meus filmes, assim entro em anestesia mental e não vejo a realidade dos meus pensamentos, a família que já antes não gostava muito de mim, hoje só me vê como mãe..
Um dia minha mãe falou que gostaria de ver a menina que eu era antes de tudo..mas sendo ela uma grande parcela do meu amadurecimento brusco e repentino, duro cruel e fundo.

Me vejo por trás de uma manta, a manta de ser mãe, ser mãe é muitas vezes cruel, nos empalidece, nos tira o brilho, nos coloca apenas como mães, acho tão pouco ainda..acho pouco porque não me define por inteira.. sinceramente não sei se a maioria das mães sentem isso, ou se elas sabem do que falo. Não falo por todas as mães falo apenas por mim.

Até porque cada história é uma história..ser mãe hoje em dia não é como antes, antes a mulher dominava a casa e os filhos, e já era coisa pra caramba, hoje ser mãe é ser tudo ao mesmo tempo, e ser tudo ao mesmo tempo cansa a mente e a alma, desgasta, atrasa.

Minha vontade de voar é grande demais, minha agonia maior é querer ver progressos onde se leva tempo para que aconteçam,tenho que lidar com isso..isso é assunto pra outra hora.

Nos momentos rotineiros, minha fala é muitas vezes embolada e pobre, mas quando escrevo, ela se enriquece e ganha vida, fica clara.

Tudo isso porque na atividade diária tenho muitas responsabilidade, o papel do pai vejo que esta distante das minhas realizações como mãe, cada vez mais vejo ele distante e eu mais sufocada, é bom ter o amor de um filho, mas o meu por ele é infinitamente maior.. tão injusto, tão errado.
Mas Deus sabe o motivo de tanto amor.

Vejo meu progresso lento, minha faculdade que consegui completar e já foi maravilhoso é pouco diante à evolução constante da humanidade, mas ser mãe e tentar arcar com milhares de despesas e ainda trabalhar fora e por fim ainda cursar algo é difícil demais, é agonizante, quero ser Katherine, porque ser mãe sempre é egoísta, é camada superficial.

Quando vejo uma mãe toda maquiada, toda linda, e ainda de salto com um filho pequeno, sinceramente, sinto inveja, primeiro porque quebrei o pé uma vez o que me impossibilita de usar salto, segundo porque não há muitas opções aqui em minha cidade que fazem usar salto.
Não consigo me ver como mulher, por mais velha que eu esteja, me vejo sempre como menina.. não sei porque isso.
Uma menina atrasada, correndo...correndo..correndo.
Ansiedade meus amigos é uma MERDA!! é um saco.. é temeroso.

Quero crescer profissionalmente, ser uma pessoa melhor, e por fim ser uma mãe excepcional, mas como??????????? me pergunto o tempo todo do dia...

vos respondo em humildade, engolindo um dia por vez, lidando da melhor forma com a consciência latente, ouvindo bons conselhos. Tirando algo de bom de tantas séries e filmes..

Ser mãe é algo incrível e muitas mulheres não conseguem ser, mas não é o todo que deve englobar minha vida, como já disse, falo por mim, deve ser parte do caminho e não o caminho todo.

Agora que consegui desamarrar o nó de vir escrever voltarei mais vezes..enfim , espero que quem leia possa deixar aqui um pensamento ou comentário.

2 comentários:

  1. Todas essas questões rondam nossa mente feminina. As cobranças são exageradas em cima de nos mulheres, a sociedade nos cobra, nossas mãe nos cobram, nós mesmos nos cobramos. Fizeram tantas expectativas a nosso respeito, nos fizeram ter todas essas expectativas. Mas no final, a gente não correspondeu, ou pelo menos a sensação não é essa, de ter correspondido. Mas quero dizer a você que você não está sozinha, esse dilema é nosso. Mais aqui vai um conselho: você ainda é jovem, apesar de ser mãe. Se você tiver um companheiro compreensivo e uma mãe que te apoie, vá tentar conseguir seus sonhos, uma especialização, um mestrado, uma vivência no exterior, não sei o que te tornaria mais realizada, mas nunca é tarde pra tentar. Se for necessário ir morar longe, fora da zona de conforto se arrisque, são seus sonhos, sua história, logico que com um filho e um marido é sempre dificil essa negociação, mas a vida é dos que assumem riscos. Viver é isso também. Passei recentemente pro essa crise ansiosa e decidi terminar minha segunda graduação e já estou em uma terceira, não me dou por vencida. Estou pensando em sair do emprego que é estável pra poder ir viver meus sonhos e mesmo beirando os quarenta não vou desistir, mas tenho um companheiro que me ajuda e topa quase todas as minhas loucuras. Entendi que o que Deus colocou no meu coração é o meu destino e só pertence a mim trabalhar por ele. Força Guerreira, você vai longe seja qual for o caminho.

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  2. Oi...muito obrigada por suas palavras!! De verdade..me inspiraram.
    Vc tem blog?

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Que tudo dê certo toda vez que o gosto do fim chegar...