segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PAi...vó.

Agosto é o mês do meu aniversário.. o mês em que fico mais um ano sem a presença do meu pai, o cara que me ensinou o bom gosto por música, então mergulho em ouvir tudo o que ouvíamos juntos, sinto uma falta dele que é tremenda, é grande, é doída, ouço enigma, enya, vangelis e lembro dele fechando os olhos ouvindo as músicas no máximo volume e dizendo " PQP isso que é música!!!" e tinha vezes que as lágrimas escorriam por debaixo dos seus olhos pela sensação que tal música lhe proporcionava... ele sempre dizia que esse tipo de música é responsável por uma certa evolução na inteligênca.. eu pequena, que cabia quase que em suas duas mãos....ficava de cabelos desgrenhados ao seu lado de olhinhos também fechados ouvindo com ele...

A ausência dele é tão presente que dói demais...sinto falta da energia vibrante dele e que se perdeu pelo desencarne em um dia que eu voltava do trabalho.

Meu pai, que deixou em mim seus olhos cor de mel, cabelos cacheados, uma personalidade forte, e a determinação e a doce coragem de ir até o fim de tudo.. Nunca desistir.

Tiro força e energia de dentro de mim que não faço idéia de como se armazenam.. mas sinto que tem momentos que as mãos dele me empurram, não me deixam cair.

Meu pai não viu minhas novas tatuagens, não viu meus cabelos ficarem lisos, não viu eu entrar na faculdade, não me viu formar no segundo grau, não viu meu primeiro namorado, não me viu de lentes de contato.. meu pai me viu pela última vez uma menina de óculos grandes no rosto, que ama ler e que não sabia o que era mundo, meu pai me viu como a menina de bochechas rosas e cabelos fartos que dormia em seu colo, com o carinho de suas mãos fofas.

Muita pessoas que conheceram meu pai tiveram a oportunidade de entender que ele era grosso,mal educado, enérgico demais, mas que também era extremamente inteligente, o cara que pouco aprendeu sobre inglês, mas que me forçou a estudar sozinha, o cara que me deu uma coleção em miniatura de brinquedinhos porque sabia que eu gostava, que todo dia chegava do trabalho com um presentinho para mim, ora vído cassete, ora bonequinhos para eu colecionar.

Me lembro também da coleção de carrinhos em miniatura originais que ele tinha e que eu limpava com um pequeno paninho e que também brincava muito.. dava nomes a cada um deles..

Meu pai, nunca posso dizer que era meu amigo, mas era uma parte de mim na forma masculina que andava por ai, meu pai que ainda está em mim.. e agora tenho ele comigo e que anda por ai comigo.

Sinto uma extrema falta dele,não falo dele com ninguém porque ainda machuca.. em setembro agora completará 3 anos da sua ida... e ele já estava partindo muito tempo antes de ter saído do meu lado..


Pai eu te amo demais, sempre vou amar...juntamente de minha vózinha amada com cheiro de roça e vocabulário simples, minha vó´é a pessoa que quando eu chegava para ficar com ela, cuidar dela um pouco nos finais de semana tinha à minha espera uma coca-cola de vidro daquelas que eram 0,75 centavos e um salgado de bolinho de aipim com recheio de carne moída para eu lanchar, víamos todas as novelas, não falávamos muito, mas só o fato de tê-la ao meu lado já era importante, em silêncio, mas ela estava comigo.

Te amo vovó...

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Que tudo dê certo toda vez que o gosto do fim chegar...