domingo, 26 de abril de 2009

O eu sozinho...Fala!


Ao fechar os olhos, surge uma doce mão, que desenha, curvilínea sobre um molde pronto, num mundo privado, secreto como um silêncio.
Tem um misto de mistério com revelação, gosto com sensação, dúvida com certeza.
Ao abrir os olhos tudo some, onde só existia por detrás de uma cortina de fumaça, um sonho que só existia sob olhos semicerrados, as pálpebras entrelaçadas.
Uma vontade tão grande de sentir que chega a ser frustrante chega a ser demasiadamente agonizante e desesperançoso. Que gosto deve ter?
Uma pergunta atrás da outra sem resposta. Tudo numa inconstância cheia de dúvidas e sobreposições vazias e sem escrúpulos, ai já chega
eu não me entendo mais.

Kathy

Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente, pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.


P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.

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Que tudo dê certo toda vez que o gosto do fim chegar...